quinta-feira, 5 de maio de 2011

Navegar é preciso...

A vida às vezes prende a gente.
E ficamos aportados por muito tempo no mesmo lugar...
Nossas âncoras firmes por longos períodos.
Mas, de repente, vem a vontade de navegar.
Uma louca vontade de armar a vela e sair cortando o mar, sem saber onde ele nos levará.
Enfrentar tempestades, correr perigo para nos tornarmos mais fortes.
Porém, sentimos medo ao pensar em nossas âncoras firmes, tão acostumadas àquele porto. O barco, tão conhecido pelas aves do lugar, tão parte daquele cenário. Essa certeza toda, por anos tão hipnotizante, tão apaixonante e agora tão nociva.
Nociva à vontade de conhecer, à necessidade de saber mais...
Navegar é preciso já disse o poeta.
É preciso deixar alguém no porto a nos esperar. A vida nos leva às vezes por esse caminho.
É preciso aceitar que devo levantar âncora antes que a água destrua o barco.
É preciso aceitar que aquele porto, antes tão meu, hoje já não me é comum.
Aceitar que hoje a vida me pede para ir a outros mares, nunca antes navegados.
Aceitar que o vento me leve, um pouco.
Aceitar que não sou sempre eu que devo manejar o leme, mas que devo sempre, decidir a direção.

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