Ah que saudade de escrever! Essa correria sempre presente nos meus dias.
A gente acaba esquecendo da gente, da nossa essência.
Fiz um texto outro dia, saiu fácil... mas ainda é triste. Quero colocá-lo aqui, como obra, não mais como sentimento.
Mas esse poema, que conheci ontem, me pegou de surpresa e quando o li nesse instante, agora, pra publicar, achei muito pra mim, pra fase que está passando e eu passando por ela, não resisti!
Haverão outros tantos que vou descobrir. Que vou pesquisar. Uma frase que me marcou um tempo atrás.
Prometo ser mais presente nas próximas!
Beijo
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Lágrimas Ocultas (Florbela Espanca)
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
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